Foto: Underwood Archives
LANGSTON HUGHES
( U. S. A. )
James Mercer Langston Hughes foi um poeta, ativista social, novelista, dramaturgo, comunista e colunista norte-americano, tendo escrito para o jornal de Joplin, Missouri. Mudou-se para a cidade de Nova Iorque ainda muito jovem, onde fez sua carreira.
Nascimento: 1 de fevereiro de 1901, Joplin, Missouri, EUA
Falecimento: 22 de maio de 1967, Stuyvesant Polyclinic
Formação: Universidade Lincoln (1926–1929).
TEXTS IN ENGLISH – TEXTOS EM PORTUGUÊS
MARQUES, Oswaldino. Videntes e sonâmbulos: coletânea de poemas norte-americanos. Rio de Janeiro: Serviço de Documentação, Ministério da Educação e Cultura, 1955; 300 p.
Ex. bibl. Antonio Miranda
I, TOO, SING AMERICA
I, too, sing America.
I am the darker brother.
They send me to eat in the kitchen
When company comes,
But I laugh,
And eat well,
And grow strong.
Tomorrow,
I´ll sit at the table
When company comes.
Nobady´ll dare
Say to me,
"Eat in the kitchen,"
Then.
Besides,
They´ll see how beautiful I am
And be ashamed, —
I, too, am America.
THE NEGRO
I am a Negro:
Black as the night is black.
Black life the depths of my Africa.
I´ve been a slave:
Caesar told me to keep his door-steps clean.
I brush the boots of Washington.
I´ve been a worker:
Under my hand the pyramids arose.
I made mortar for the Woolwortgh Building.
I´ve been a singer:
All the way from Africa to Georgia I carried my
sorrow songs.
I made ragtime.
I´ve bee a victim:
The Belgians cut off my hands in the Congo.
They lynch me now in Texas.
I am a Negro:
Black as the night is black,
Black like the depths of my Africa.
TEXTOS EM PORTUGUÊS
EU TAMBÉM CANTO A AMÉRICA
Eu também canto a América.
Eu sou o irmão mais escuro.
Eles me mandam comer na cozinha
Quando chega visita,
Mas eu rio,
E como bem,
E vou crescendo
Amanhã,
Eu me sentarei à mesa,
Quando houver visita.
Ninguém se atreverá
A me dizer:
"Vai comer na cozinha",
Dessa vez.
Além disso,
Eles verão como sou belo
E ficarão envergonhados.
Eu, também, sou América.
Trad. de Orígenes Lessa
O NEGRO
Eu sou um negro:
Escuro como a noite é escura.
Escuro como o ventre da minha África.
Eu fui um escravo:
César mandou-me limpar a soleira das portas.
Lustrei as botas de Washington.
Eu fui um operário:
Sob minhas mãos as Pirâmides cresceram.
Eu fiz a argamassa para o edifício Woolworth.
Eu fui um cantor:
Por todos os caminhos da África até a Georgia
trouxe minhas canções tristes
e criei o "ragtime".
Eu fui a vítima:
Os belgas cortaram minhas mãos no Congo.
Lincharam-me agora no Texas.
Eu sou um negro:
Escuro como a noite é escura.
Escuro como o ventre de minha África.
Trad. de Domingos Carvalho da Silva
BABEL Revista de Poesia, Tradução e Crítica. Ano IV - Número 6 - Janeiro a Dezembro de 2003. Editor Ademir Demarchi. Campinas, São Paulo Ex. bibl. Antonio Miranda
Traduzido por Marco Aurélio Cremasco
Poster
I must say
Yes, sir,
To you all the time.
Yes, sir!
Yes, sir!
All my days
Climbing up a great big mountain.
Oh yes, sirs!
Rich old white man
Owns the world.
Gimme yo´shoes
To shine.
Yes, sir!
Porteiro
Devo dizer pra você
Sim, senhor,
O tempo todo.
Sim, senhor!
Sim, senhor!
Todos os dias
Escalando uma gigantesca montanha
De sins, senhores!
Homem branco, velho, rico
Que manda no mundo.
Dê-me os sapatos
Para lustrar.
Sim, senhor!
Griefe Agonia
Eyes Olhos
That are frozen Que congelam
From not crying. Por não chorar.
Heart Coração
That knows Que não sab
No way of dying. Como morrer.
Union
Not me alone —
I know now —
But all the whole oppressed
Poor world.
White and black.
Must put their hands with mine
To shake the pillars of those temples
Wherein the false gods dwell
And worn-out altars stand
Too well defended.
And the rule of greed´s upheld —
That must be ended.
União
Agora sei —
Não estou só —
Todos os oprimidos
Do Terceiro Mundo.
Branco e negro.
Devem juntar suas mãos às minhas
Para sacudirmos os pilares daqueles
templos
Onde moram deuses falsos
E abrigam altares corroídos
Tão bem protegidos.
E as leis que sustentam a cobiça —
Que devem ser dizimadas.
End Fim
There are Não existem
No clock on the wall. Relógios na parede
And no time. Nem o tempo.
No shadow that move Não ha sombras que se movem
From down to dusk Da aurora ao crepúsculo
Across the floor. Pelo assoalho
There is neither light Também não há luz
Nor dark Nem escuridão
Outside the door. Do lado de fora da porta.
There is no door ! Não existe porta!
Freedom Liberdade
Some folks think Algumas pessoas pensam
By burning books Que ao queimar livros
They burn Freedom. Queimam a Liberdade.
Some folks think Algumas pessoas pensam
By imprision Nehru. Que ao aprisionar Nehru
They imprision Freedom. Aprisionam a Liberdade.
Some folks think Algumas pessoas pensam
By linching a Negro Que ao linchar um Negro
They lynch Freedom. Lincham a Liberdade.
By Freedom Mas a Liberdade
Stands up and laughs Permanece em pé e ri
In their faces Em suas faces
And says. Dizendo:
You´ll never kill me! Vocês nunca me matarão!
God to Hungry Child
Hungry child,
I didn´t make this word for you.
You didn´t buy any stock in my railroad.
You didn´t invest in my corporation.
Where are your shares in standard oil?
I made the world for the rich
And the will-be-rich
And the have-always-been-rich.
Not for you.
Hungry child.
Deus para uma criança faminta
Criança faminta,
Não fiz o mundo para você.
Você não comprou qualquer ação
da minha ferrovia.
Você não investiu na minha corporação.
Onde estão as cotas da companhia de
petróleo?
Fiz o mundo para o rico
E para quem-será-rico
E para quem-sempre-vem-sendo-rico.
Não para você,
Criança-faminta.
Exits Saídas
The sea is deep. O mar é profundo.
A knife is sharp. A faca é afiada.
And a poison acid burns — E um ácido venenoso queima-
By they all bring rest. Mas todos trazem descanso.
They all bring peace Todos trazem a paz
For which the tired Que a alma cansada
Soul yearns. Tanto almeja.
They bring restin a norhthingness Todos trazem o descanso
From where Na ausência
No soul returns. De onde
Alma alguma retorna.
Dancers Dançarinos
Stealing from the night Roubam a noite
A few Um pouco das
Desperate hours Horas aflitas
Of pleasure. Do prazer.
Stealinga from death Roubam da morte
A few Um pouco dos
Desperate days Dias aflitos
Of life. Da vida.
There Lá
Where death Onde a morte
Streetches its wide horizons Alarga seu horizonte
And the sun gallops no more E o sol deixa de galopar
Across the sky. Através do céu.
There where nothing Lá em que nada
Is all. É tudo.
I. Eu.
Who am nobody. Que nada sou.
Will become. Serei o
Infinity. Infinito.
Even perhaps Quem sabe
Divinity. Divindade.
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Langston Hughes, traduzido por Sylvio Back
Cross Cruza
My old man´s white old man Meu pai é um velho branquela
And my old mother´s black. Minha mãe é uma preta velhinha.
If ever I cursed my white old man Se alguma vez xinguei meu velho
I take my curses back. O xingamento sobrou pra mim.
If ever I cursed my black old mother Se alguma vez xinguei mamãe
And wished she were in hell, Desejando que fosse pro inferno
I´m sorry for that evil wish Me desculpo pela vontade malsã
And now I wish her well. E agora o meu desejo é terno.
My old man died ei a fine big house. O velho morreu numa casa
My ma died in a shack. bacana.
I wonder where I´m gonna die, Minha mãe morreu num barraco.
Being neither whiate nor black. Não sendo nem branco nem preto!
Hope
He rose up on his dying bed
and asked for fish. .
His wife looked it up in her dream book
and played it.
Esperança
Levantou-se do leito de morte
E pediu peixe.
A mulher dele consultou o livro de sonhos
E transfigurou-se.
One Só
Lonely Sozinho
As the wind Como o alísio
On the Lincoln Nas planícies
Prairies. De Lincoln.
Lonely Sozinho
As a bottle of licker Feito garrafa de pinga
On the table Na mesa
All by it Sozinha
Self.
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Página ampliada e republicada em janeiro de 2023
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http://www.antoniomiranda.com.br/poesiamundialportugues/poesiamundialportugues.html
Página publicada em junho de 2022
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